Por António Pedro Costa, Universidade de Aveiro – Portugal
A Análise de Conteúdo é uma técnica de análise de dados, recolhidos em várias fontes, mas expressos, preferencialmente, em textos ou imagens. A natureza destes documentos pode ser muito variada, tal como material de arquivo, textos literários, relatórios, notícias, comentários avaliativos de determinada situação, diários e autobiografias, transcrições de entrevistas, textos solicitados sobre um determinado tema, notas de campo, etc. O mesmo se poderá dizer quanto à natureza das imagens: fotografias, filmes, ilustrações de livros, etc. A Análise de Conteúdo é um processo natural, espontâneo, que todos nós utilizamos quando sublinhamos ideias num texto e avançamos para a sua organização e síntese, a fim de melhor as compreendermos e retermos (Amado, Costa, & Crusoé, 2014).
Atualmente, a utilização de um software de apoio a esta técnica permite maior rapidez, rigor e processos de alta complexidade realizáveis com segurança. Neste âmbito, Costa & Amado conceberem dois livros: 1) Análise de Conteúdo em sete passos com o webQDA (2017b) e Análise de Conteúdo com software (2017a), em que apresentam uma proposta para a aplicar esta técnica. A saber:
- Definição do problema, objetivos de trabalho e fundamentação teórica
- Organização do Corpus de Dados
- Leitura dos Dados
- Categorização e Codificação
- Formulação de Questões
- Matrizes de Análise
- Apresentação dos Resultados
A título exemplificativo do ponto 3, Leitura dos Dados, os autores afirmam que a leitura inicial ou a primeira leitura dos dados funciona como uma pré-análise aos mesmos possibilitando, desde logo, a identificação de algumas ideias chave. Contudo, o webQDA tem funcionalidades que podem ajudar na primeira definição das categorias/sub-categorias. Por exemplo, independentemente e para além do caminho que for determinado para a definição das categorias, emergindo estas dos dados (categorias empíricas, inferenciais) ou através do referencial teórico (categorias teóricas), o investigador poderá realizar a pesquisa de “Palavras mais frequentes” e, a partir daí, construir categorias de análise (ver figuras).
Figura 2 – Resultado da pesquisa da palavra “envelhecimento”
Cabe ao investigador decidir como e quais dados codificar e garantir que o uso do software se adapta ao seu quadro teórico, ao contexto e às questões de investigação.
Para saber mais sobre Análise de Conteúdo com o apoio do software webQDA, consulte o programa do curso e-learning.
Referências
Amado, J., Costa, A. P., & Crusoé, N. (2014). A Técnica de Análise de Conteúdo. In J. Amado (Ed.), Manual de Investigação Qualitativa em Educação (2a ed, pp. 301–350). Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra.
Costa, A. P., & Amado, J. (2017a). Análise de Conteúdo com software. (A. P. Costa, F. N. de Souza, & D. N. de Souza, Eds.) (no prelo). Oliveira de Azeméis – Aveiro – PORTUGAL: Ludomedia.
Costa, A. P., & Amado, J. (2017b). Análise de Conteúdo em sete passos com o webQDA (e-book). (A. P. Costa, F. N. de Souza, & D. N. de Souza, Eds.) (1st ed.). Oliveira de Azeméis – Aveiro – PORTUGAL: Ludomedia.
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