Codificação Automática no webQDA (1ª versão)

Codificação Automática no webQDA (1ª versão)

Um dos objetivos principais da utilização de ferramentas de apoio à análise de dados qualitativos, como o webQDA, é reduzir tarefas que podemos classificar como pouco estimulantes e manuais e que, pela sua natureza, aumentam a probabilidade de erro quando realizadas manualmente e de forma mecanizada. Neste contexto, o webQDA tem apostado em automatizar algumas rotinas que não interfiram no processo de pré-análise, análise, interpretação e inferencial do investigador/pesquisador. Deduz-se que, quando um software consegue fazer algo pelo utilizador, este confirma/valida o input que deu ao programa e se o processamento produziu o output “esperado”.

No seguimento da automatização de outras rotinas e processos, como por exemplo, a Pesquisa de Texto, as Palavras mais Frequentes, a importação automática de ficheiros .XLS e .XLSx, os metadados que servirão de suporte à Revisão de Literatura, o webQDA apresenta a 1ª versão de uma nova funcionalidade designada por Codificação Automática (CA).

 

1. Codificação Inicial

Após serem importados os dados para o webQDA, o utilizador tem de codificar manualmente uma percentagem de texto (Figura 1) ou de referências que, posteriormente, o webQDA irá usar através desta nova funcionalidade para codificar o restante documento, ou outros que o utilizador venha a selecionar. Uma das razões para designarmos como 1ª versão, é que esta funcionalidade ainda não permite procurar sinónimos de palavras ou expressões semelhantes.  Assim, recomendamos que articule esta funcionalidade, por exemplo, com a Pesquisa de Texto e as Palavras mais Frequentes.

A técnica de codificação que o utilizador preconizar não interfere na decisão de usar ou não esta funcionalidade.

 

Codificação Indutiva de Unidades de Texto

Figura 1 – Codificação Indutiva de Unidades de Texto

Quando o utilizador codifica determinadas referências nos respetivos códigos (criados de forma dedutiva, indutiva ou adutiva), é possível, posteriormente, usar este trabalho inicial para a Codificação Automática.

 

2. Codificação Automática – Selecionar os Códigos e Fontes

A funcionalidade CA está disponível no Sistema de Codificação e pode ser explorada através dos Códigos Livres, Códigos Árvore ou Descritores. Isto não implica que o seu resultado fique guardado no local em que se inicia o uso desta funcionalidade. Por exemplo, posso clicar na  funcionalidade através dos Descritores e o resultado final ser refletido nos Códigos Livres e Códigos Árvore. Quando clica no ícone  o utilizador deve inserir o nome que pretende, uma breve descrição (facultativo) e selecionar os códigos que pretende e as respetivas fontes. É possível correr a CA na fonte em que iniciou o procedimento manual e em fontes que ainda não contenham qualquer codificação.

 

webQDA Preparação da CA através da seleção dos códigos e fontes

Figura 2 – Preparação da CA através da seleção dos códigos e fontes

Após selecionar os códigos e as fontes, o utilizador deve gravar a CA. Esta seleção pode ser alterada ou atualizada sem que para isso seja necessário criar uma nova CA.

 

3. Codificação Automática – Visualizar e adicionar os resultados

Quando o utilizador cria uma CA, de forma a poder visualizar os resultados, deve clicar duas vezes para correr a funcionalidade (ver Figura 3).

 

Codificação Automática de Códigos Árvore aplicada a 4 entrevistas

Figura 3 – Codificação Automática de Códigos Árvore aplicada a 4 entrevistas

Após visualizar os resultados, caso o utilizador pretenda adicioná-los deve clicar neste ícone . O webQDA irá codificar as referências presentes nos resultados nos respetivos códigos (figura 4).

 

Número de referências antes e após a Codificação Automática

Figura 4 – Número de referências antes e após a Codificação Automática

 

Para finalizar, partilhamos que o desenvolvimento do webQDA é assente em métodos de Design Centrado no Utilizador (Costa, de Souza, Moreira, & de Souza, 2018; Costa, Souza, Moreira, & Souza, 2016; Freitas, Leite, de Souza, & Costa, 2020; Gray et al., 2008; Maguire, 2001). Assim, as melhorias que são implementadas baseiam-se no feedback contínuo de todas as partes interessadas. Espera-se que a 2ª versão da Codificação Automática siga esta “fórmula”, que tem permitido ao webQDA evoluir de forma sustentada.

 

Referências Bibliográficas

Costa, A. P., de Souza, F. N., Moreira, A., & de Souza, D. N. (2018). webQDA 2.0 Versus webQDA 3.0: A Comparative Study About Usability of Qualitative Data Analysis Software. In Á. Rocha & L. P. Reis (Eds.), Studies in Computational Intelligence (1a, Vol. 718, pp. 229–240). Springer International Publishing. https://doi.org/10.1007/978-3-319-58965-7_16 (Original work published)

Costa, A. P., Souza, F. N. de, Moreira, A., & Souza, D. N. de. (2016). webQDA – Qualitative Data Analysis Software Usability Assessment. In Á. Rocha, L. P. Reis, M. P. Cota, O. S. Suárez, & R. Gonçalves (Eds.), Actas de la 11 a Conferencia Ibérica de Sistemas y Tecnologías de Información (pp. 882–887). Gran Canária – Espanha: AISTI – Associação Ibérica de Sistemas e Tecnologias de Informação. (Original work published)

Freitas, F., Leite, C. V., de Souza, F. N., & Costa, A. P. (2020). How the “Help” Feature Can Boost the Self-learning Process of CAQDAS: The webQDA Case Study. In Computer Supported Qualitative Research – New Trends on Qualitative Research (WCQR2019) (pp. 166–176). https://doi.org/10.1007/978-3-030-31787-4_14 (Original work published)

Gray, D. E., Erdogmus, H., Technology, I., Canada, C., Cortellessaa, V., Marinellia, F., … Hiltz, S. (2008). Understanding the Context of Design – Towards Tactical User Centered Design. Information and Software Technology, 2009(1), 1–10. https://doi.org/10.1145/1370143.1370146 (Original work published)

Maguire, M. (2001). Methods to support human-centred design. International Journal of Human-Computer Studies, 55(4), 587–634. https://doi.org/10.1006/ijhc.2001.0503 (Original work published)

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