O Professor-Investigador

Por António Pedro Costa, Universidade de Aveiro

Na edição especial da Revista Portuguesa de Educação, os editores convidados fizeram uma pequena abordagem sobre a importância de o Professor ser Investigador (Costa & Oliveira, 2015). Neste texto apresentamos alguns excertos desse editorial, que poderá ser consultado na íntegra através da referência presente no final deste texto.

No mesmo editorial os autores afirmam que “a Investigação Qualitativa em Educação tem-se projetado nos últimos 30 anos como um factor de melhoria de práticas em diversos contextos educacionais” (p. 183). O movimento nasceu nos anos 70 tendo como precursor Lawrence Stenhouse (citado por Lin S. Norton, 2009) “who believed that all teaching should be based on research and that such research was the preserve of teachers not researchers“(p. 52). Stenhouse (1987) afirma que o professor deve ser autónomo, livre e com determinados propósitos, orientados pelo conhecimento, que articula todos os elos da sua prática, autorregulado por um “processo de investigação que é inerente ao processo de ensino e de aprendizagem” (p. 19). Alarcão (2001) refere que “ser professor-investigador é, pois, primeiro que tudo ter uma atitude de estar na profissão como intelectual que criticamente questiona e se questiona… Ser professor-investigador é ser capaz de se organizar para, perante uma situação problemática, se questionar intencional e sistematicamente com vista à sua compreensão e posterior solução” (p. 6). Atualmente o professor tem ao seu alcance inúmeras ferramentas tecnológicas, onde se inclui o software webQDA, que lhe permitem apoiar a análise dos dados recolhidos em contexto de sala de aula. Apesar dos métodos/processos mais comuns em educação, estas ferramentas não se fecham em si mesmas podendo o professor analisar dados provenientes de um Estudo de Caso, um Estudo Etnográfico, um Estudo Fenomenológico, entre outros. Relativamente às técnicas e métodos de recolha de dados, uma sala de aula, uma saída de campo, permite uma imensidão de formas de recolha.

Referências

Alarcão, I. (2001). Novas tendências nos paradigmas de investigação em educação. In Alarcão I. (Org.), Escola reflexiva e nova racionalidade. Porto Alegre: Artmed Editora.

Costa, A. P., & Oliveira, L. (2015). Investigação qualitativa em educação: O professor-investigador. Revista Portuguesa de Educação, 28(2), 183. https://doi.org/10.21814/rpe.7856

Norton, L. S. (2009). Action Research in Teaching and Learning. A practical guide to conducting pedagogical research in universities (1st ed.). London and New York: Routledge. Retrieved from https://www.amazon.com/Action-Research-Teaching-Learning-Universities/dp/0415468469

Stenhouse, L., & Rudduck, J. (1985). Research As a Basis for Teaching: Readings from the work of Lawrence Stenhouse. Heinemann.

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